Entrevista

. “A sociedade vive bem com a condição subalterna das mulheres”

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Elisabete Brasil, uma advogada que trocou a defesa de casos em tribunais pela defesa dos direitos das mulheres numa ONG, primeiro como voluntária e depois a tempo-inteiro, diz que muito se fez depois do 25 de abril ao nível da alfabetização, educação, formação, trabalho e habitação, mas em termos de Igualdade de Género temos ainda o caminho quase todo para percorrer. Porque enquanto houver discriminação, não há leis nem discursos políticos capazes de acabar, de vez, com a condição subalterna que a sociedade continua a impôr às mulheres.

. “A interrupção voluntária da gravidez é uma decisão que compete exclusivamente à mulher”

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A Maria Purificação Araújo se deve, por assim dizer, a emancipação sexual feminina em Portugal. Não fosse o seu empenho na criação do planeamento familiar em Portugal, nomeadamente com a introdução da pílula contracetiva, contra uma Igreja católica muito fechada que associava sexo a fecundação e reprodução, as mulheres continuariam a ter gravidezes indesejadas.

. “É urgente começarmos a combater os papéis de género”

Dalila Cerejo

Dalila Cerejo Culpa, vergonha e medo continuam a aprisionar as mulheres a uma relação conjugal violenta. Muitas, ainda silenciam as agressões e os familiares e vizinhos, em vez de denunciarem, seguem o adágio de que “entre homem e mulher não se mete a colher”. Em todo o caso, as denúncias de mulheres vítimas em Portugal têm vindo a aumentar – 30 mil casos, no ano passado -, o que para a investigadora na área da violência de género, Dalila Cerejo, é um ponto a favor da luta contra a violência doméstica. No entanto, acredita que será difícil vencer esta batalha sem prevenção e uma intervenção precoce nas escolas, que passa pela desconstrução dos papéis de género.

. Mulheres à política

Fotografia de Maria Helena Santos

Em Portugal, a igualdade entre homens e mulheres só ganhou força de lei na Constituição de 1976. Ainda assim, na política as mulheres continuam a ser uma minoria. A Lei da Paridade obriga a uma representação mínima de 33,3 por cento para cada um dos sexos mas, no Parlamento, só 27 por cento dos lugares são ocupados por mulheres. Um número bem distante da paridade efectiva. A poucos meses das eleições legislativas, Helena Santos, investigadora no ISCTE, onde estuda as relações de género na política, identifica os obstáculos e as barreiras invisíveis que continuam a ser colocadas às mulheres. Para mudar, defende a criação de quotas.

. As pessoas em primeiro lugar

Fotografia de Graça Campino Poças

2015 é o Ano Europeu do Desenvolvimento e para Graça Campinos Poças é o ano da acção. A presidente da P&D Factor adverte que não podemos consentir o aumento da pobreza, das desigualdades sociais e da discriminação de género. Em Portugal e no resto do mundo.

. «Trabalho igual, salário igual. Já!»

Fotografia de Sara Falcão Casaca

O direito à igualdade de remuneração e de tratamento entre homens e mulheres continua a ser desrespeitado. Mesmo na Europa. E nesta matéria, Portugal fica muito mal no retrato, com as mulheres a ganharem menos 30 por cento do que os homens nos níveis de escolaridade superior. Para combater tamanha desigualdade, a investigadora Sara Falcão Casaca defende a implementação de quotas e de normas que vinculem as empresas à igualdade.

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