Entrevista

. ”Sou as mulheres e as meninas que conheci.”

catarina furtadoComunicadora nata, adotou a linguagem do coração por acreditar que são os afetos que passam a mensagem e levam às ações verdadeiramente transformadoras, num mundo onde as meninas e as mulheres são quem mais sofre com as desigualdades, as violências de género, as crises, as guerras, as alterações climáticas. Há dezasseis anos embaixadora da Boa Vontade do UNFPA, assume a missão como um compromisso para a vida. É por isso que Catarina Furtado diz: “Eu não sou só eu, sou as mulheres e as meninas que tenho conhecido no mundo inteiro.”

Entrevista: Carla Amaro / Fotografia: Tiago Lopes Fernández

Ser embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) é o papel mais desafiante da sua vida?

Não, o papel mais desafiante da minha vida é ser mãe, mas o papel mais privilegiado é ser embaixadora da Boa Vontade, porque dá-me a oportunidade de poder fazer algumas pequenas diferenças na vida de outras pessoas. E as consequências desse privilégio tem muitos outros adjetivos, como revolta e tristeza por constatar as realidades que desconhecia ou que apenas conhecia através da leitura. Estar no terreno e em contato com as pessoas é completamente diferente, porque só aí tive a perceção de que o mundo é muito mais desigual do que imaginava entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos, nomeadamente em termos de acesso à saúde e à educação.

É difícil seduzir a imprensa e os políticos para temas considerados pouco ‘sexy’, como a falta de cuidados de saúde, a saúde sexual e reprodutiva, o planeamento familiar e a igualdade de género?

Quando assumi esta missão, há dezasseis anos, foi duríssimo por vários motivos. Logo à partida, corresponder ao que é esperado de uma embaixadora da Boa Vontade e conseguir explicar isso aos jornalistas, aos políticos e à população em geral, porque na altura era um papel novo, recém-criado. Falar de igualdade de género, vá que não vá, mas falar de saúde sexual e reprodutiva e de empoderamento das raparigas e das mulheres foi mais complicado. A palavra empoderamento, que hoje já vai entrando no léxico das pessoas, antes era acolhida com estranheza. E como se promove a saúde sexual e reprodutiva das mulheres quando muitas delas são vítimas de várias violências, sobretudo nos países em desenvolvimento? Os temas exigiram de mim muito estudo, criatividade, resiliência e uma forma de comunicar eficaz, que apela aos afetos.

Que balanço faz dos 16 anos como embaixadora?

O balanço é positivo. Devagar, devagarinho, vou conseguindo passar a mensagem. Mas lembro-me de que houve alturas, quando estava a falar com homens da política, em que me apeteceu ser homem para ter a sensação de estar a falar a mesma linguagem. É que em alguns casos (é estranho dizer isto) senti obstáculos na comunicação, por ser mulher. Sou feminista convicta e espero que o cansaço não me vença. Quero continuar a fazer-me ouvir. São temas muito difíceis de trabalhar, porque existem muitos muros e alguns deles vão sendo derrubados graças, em parte, ao trabalho notável da UNFPA. Os projetos implementados no terreno por esta organização têm um impacto profundo nas populações.

Mas acha que as pessoas, incluindo o poder político, conhecem o foco da sua missão?

Tenho a perceção de que há um conhecimento transversal em relação ao meu posicionamento sobre os mais vulneráveis, em especial as raparigas e as mulheres. Agora, se têm conhecimento dos projetos em curso do UNFPA e até mesmo na associação que criei, Corações Com Coroa, isso não sei, honestamente.

“A minha passagem por este mundo não faria sentido se não fosse de partilha e de atenção aos outros, mas, agora, assumo isso como um compromisso para a vida.”

A vida da Catarina mudou desde que aceitou esse desafio?

Mudou, na medida em que está muito mais preenchida. Mas eu mudei também, muito. Mudei por dentro. Sempre pensei que a minha passagem por este mundo não faria sentido se não fosse de partilha e de atenção aos outros, mas, agora, assumo isso como um compromisso para a vida. Hoje, eu não sou só eu, sou as mulheres e as meninas que tenho conhecido pelo mundo inteiro e quando penso nelas comovo-me sempre.

O trabalho, o investimento e os avanços de Portugal nas áreas da Igualdade e Saúde Materna ainda é pouco conhecido noutros países. O que acha que precisamos de fazer para reforçar a internacionalização, até nos países da lusofonia, das nossas boas práticas?

Precisamos de ter um bocadinho de orgulho do que fazemos bem. Precisamos de investir mais no marketing e na comunicação, de ‘assinar’ essas ações com o nome Portugal. Em todo o caso, penso que as coisas têm vindo a melhorar.

Disse numa entrevista que as mulheres e as famílias portuguesas têm uma dívida de gratidão para com o UNFPA, que apoiou o País (ainda nos anos 70 e 80) através do Ministério da Saúde e da então Comissão da Condição Feminina na implementação dos programas de saúde materno infantil e planeamento familiar, formação de profissionais e trabalho na comunidade. Acha que Portugal tem reconhecido este apoio?

O País, claramente, não. Agora, as pessoas que governaram o País nos últimos dezasseis anos, sim, conheciam e reconheciam a importância do papel do UNFPA. Percebi isso durante as minhas investidas de advocacy. O UNFPA deu uma ajuda precisa a Portugal nessas áreas tão importantes de que falou, por isso penso que temos uma ‘dívida’ de gratidão. E não somos só nós. Também os países de expressão portuguesa, onde o UNFPA tem feito um trabalho extraordinário, por exemplo nos casos de fístula obstétrica, em Moçambique, de mutilação genital feminina, na Guiné-Bissau, e na saúde materna, em Timor-Leste.

Qual é e como avalia a contribuição de Portugal para o UNFPA e para a Saúde e Educação Sexual e Reprodutiva nos países com mais problemas nestas áreas?

Antes de mais, acho fundamental que os portugueses percebam por que é tão importante apoiarmos os países que precisam de ajuda nessas áreas e saibam para onde vai o dinheiro dos seus impostos. Acho que faz todo o sentido sabermos onde é gasto o dinheiro do Orçamento do Estado destinado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, particularmente ao Camões, Instituto da Cooperação e da Língua. Porque creio que a maior parte das pessoas não fazem ideia de que têm sido desenvolvidos projetos para a Saúde e Educação Sexual e Reprodutiva muito interessantes ao nível da cooperação portuguesa, quer individualmente, quer ao nível de parcerias com ONG e ONGD (a quem o Camões atribui financiamento) e que merecem ser divulgados. Mas a ‘culpa’ desse desconhecimento é da falta de informação. Se se mostrasse mais aos portugueses essas realidades marcadas pelas péssimas condições de vida e pela falta de acesso a cuidados de saúde sexual e reprodutiva, e se se dissesse que parte do dinheiro dos impostos é para suprir essas carências, certamente apoiariam mais esses projetos.

“Ter assistido à morte de mulheres que estavam a dar à luz, por falta de assistência e de cuidados médicos adequados foi das situações que mais me chocou [em questões de saúde materna e infantil].”

Aproveitando o título do livro que lançou há um ano, O que vi e não esqueço, o que mais a chocou, por exemplo em questões de saúde materna e infantil?

Ter assistido à morte de mulheres que estavam a dar à luz, por falta de assistência e de cuidados médicos adequados. Na Guiné-Bissau, por exemplo, uma mulher grávida de gémeos que vivia em Cabú (longe da capital Bissau) chegou em trabalho de parto à maternidade local, que nem sequer tinha eletricidade, e o único obstetra não tinha meios para lhe fazer o parto por cesariana. Situações como esta são diárias lá, porque não há condições, a começar pela falta de transporte. No caso daquela mulher, primeiro a família ponderou se pedia ajuda a um vizinho, se chamava um táxi, se vendia o gado para pagar o transporte. Ainda discutiu se era preciso o marido ir ou não. Finalmente marido e mulher meteram-se a caminho, mas como a estrada estava toda esburacada, o carro teve que ir devagar. Enfim, uma sucessão de atrasos e de dificuldades que impediram um parto natural. Tinha que ser por cesariana. Mas a ausência de condições na maternidade não permitiram que o obstetra a fizesses. Resultado: morreu a mãe e os filhos gémeos. É impossível esquecer isto. Assisti a algumas situações como esta.

Quais são os piores países para as meninas e mulheres?

Dos que conheço, diria que são a Índia, a Guiné-Bissau e o Sudão do Sul, apesar de, devo dizer, os projetos da UNFPA nesses países estarem a ter ótimos resultados, nomeadamente ao nível da mortalidade materna e da mortalidade infantil, em que se verifica uma diminuição. Esses países porquê? Índia, por causa do aborto seletivo, em que se dá preferência ao nascimento de rapazes, e dos casamentos infantis e forçados, ‘arranjados’ pelas famílias. A Guiné-Bissau, porque é dos países onde a Mutilação Genital Feminina (MGF) prevalece com números elevadíssimos. É bom que se diga que o forcing de Portugal para a criação da lei que proíbe essa prática nefasta na Guiné-Bissau é a prova de que juntos somos mais fortes. Embora haja um longo caminho a percorrer para que a MGF acabe, o facto de existir uma lei que a torna crime é um passo gigante. Sudão do Sul, porque as mulheres são trocadas como arma de guerra e os milhares de meninas que estão na rua são violadas (às vezes por dirigentes) em troca de um rebuçado.

Uma das funções de uma embaixadora da Boa Vontade, além das visitas ao terreno, falar com a imprensa e com o poder político, é apresentar ideias. Uma delas foi o programa da RTP Príncipes do Nada. Até que ponto estes documentários contribuíram para a sua formação cívica e humanista?

Vivi experiências muito marcantes, inigualáveis, a que é impossível ficar indiferente. Passei a relativizar tudo o que de menos bom acontece na minha vida privilegiada. Enquanto mulher, enquanto cidadã, aprendi imenso, esse trabalho fez-me perceber que quero continuar a ‘mexer’ na vida das pessoas, na medida das minhas possibilidades. Estas temáticas têm um impacto forte no coração, foi isso que aconteceu comigo e acredito que acontecerá também com as outras pessoas. Por isso é tão importante que o discurso seja acessível, transversal. De outra forma, não passa.

A Catarina disse algumas vezes que quando lê e estuda os relatórios olha para além dos números. O terreno, as visitas que faz, as pessoas que conhece, são o motor que alimenta a sua ação?

São, inevitavelmente. Os decisores políticos deviam fazer ‘excursões’ ao terreno sem passadeiras vermelhas nem protocolo para perceberem o que realmente se passa, porque não há outra maneira de as medidas políticas avançarem e perdurarem. Acredito que somos feitos de afetos, que os afetos são o grande motor do ser humano, pelo que as coisas para serem concretizadas têm de nos tocar ao coração. Há políticos que nunca foram aos sítios, e muitas vezes estão a apenas 200 km de distância, e que nunca perceberam que é impossível uma mulher sobreviver a uma gravidez se não tiver uma estrada em bom estado, se não tiver um centro de saúde bem equipado entre a vila e a cidade. Portanto, se eles não conhecem essa realidade, como é que vão ser pactuantes com ações verdadeiramente transformadoras? Ainda por cima, ações que não têm diretamente a ver com eles, homens (como sabe, a maioria da decisão política, da responsabilidade técnica e até a liderança de muitas Organizações da Sociedade Civil, também nos países em desenvolvimento, está nos homens e nas suas perceções das realidades).

“Espero que o cansaço não me vença. Quero continuar a fazer-me ouvir. São tems muito difíceis de trabalhar, porque existem muitos muros e alguns deles vão sendo derrubados graças, em parte, ao trabalho notável da UNFPA.”

Em Praga, Genebra, Gana e Lisboa participou em momentos importantes da missão do UNFPA, em diálogos regionais e globais sobre os desafios da nova Agenda 2030 dos ODS para a saúde das mulheres e jovens e Direitos Humanos, como a Igualdade, o fim das violências e discriminações com base no género, o parto seguro e o acesso a serviços de planeamento familiar. Como é que ‘devolve’ a Portugal, ao Parlamento e ao Governo estas aprendizagens?

Bem, antes de mais é importante dizer que vou como voluntária e não em missão de Portugal. Diria que devolvo na medida em que querem ouvir o que tenho para dizer. Tento arranjar estratégias para comunicar as situações a que vou assistindo, dando entrevistas, escrevendo crónicas na imprensa e reunindo com pessoas que têm intervenção nas áreas em que o UNFPA trabalha. É dessa forma que vou partilhando as experiências que vou vivendo.

É ouvida com frequência em que contextos?

Geralmente em reuniões, em palestras, conferências, encontros em escolas, enfim, quando sou chamada para falar de certas ‘pastas’, por exemplo de questões de igualdade de género, de cooperação, de saúde e educação.

Como é que se prepara?

Lendo diversos relatórios do UNFPA, das Nações Unidas, estudos realizados por investigadoras e gente da academia, lendo e falando com quem sabe incluindo profissionais da Cooperação e outras áreas, as ONG e ONGD como a P&D Factor, que é parceira em Portugal do UNFPA.

Apesar do vasto leque em Portugal de ONG, incluindo associações de mulheres, algumas assumidamente com uma agenda feminista, e de ONG para o Desenvolvimento, decidiu criar a Corações Com Coroa (CCC). Como surgiu?

Foi por pressão (uma boa pressão) de algumas pessoas mais próximas que perceberam a vontade que tinha de concretizar uma coisa destas, embora nunca o tenha verbalizado. Comecei então a levar a coisa a sério e pensei fazer um paralelismo entre as temáticas que abraço no âmbito da minha missão como embaixadora da Boa Vontade do UNFPA e Portugal. Porque se é verdade que em Portugal as mulheres gozam de privilégios que as mulheres em países em desenvolvimento não têm – por exemplo, podemos dar à luz num hospital público mesmo não tendo dinheiro -, também é verdade que há muitas outras questões que ainda têm de ser trabalhadas.

Tem sido uma boa experiência?

A CCC tem apenas quatro anos e a experiência tem sido muito positiva. Graças a parcerias com algumas ONG e ONGD, penso que temos feito um trabalho meritório.

Quem faz o voluntariado na CCC?

Temos duas funcionárias (uma gestora de projetos e uma administrativa, que faz também a coordenação de projetos). Temos também especialistas em psicologia clínica, nutrição e consultadoria jurídica, a quem pagamos mediante prestação de serviços. As restantes pessoas, incluindo os elementos da direção, de que faço parte, são voluntárias.

Em 2014, com a P&D Factor, a Oikos, a AJPAS, a CCC integrou a campanha “Continuamos à Espera”, que, entre outras iniciativas, envolveu parlamentares na construção da Agenda pós-2015 e trouxe a Portugal a Exposição “Novas Demais para Casar”. De que forma este trabalho está a ter continuidade?

Essa iniciativa tornou-se possível através da parceria com várias ONG e ONGD. E cada organização, no âmbito da campanha “Continuamos à Espera”, tem o seu próprio plano de atividades. No que à CCC diz respeito, procurarei sempre fazer parcerias porque não tenho dúvidas de que juntos trabalhamos todos melhor.

Quando CCC foi oficialmente apresentada, em 2012, realizou-se uma conferência chamada “As meninas e as mulheres em primeiro Lugar”. Hoje, as meninas e as mulheres devem continuar a estar em primeiro lugar?

Devem, porque a população que mais sofre de pobreza, de desigualdade, de violência, de práticas nefastas, de falta de acesso à saúde e à educação, são as mulheres e as raparigas. Em todo o caso, não desvalorizo os progressos que houve entre 2012 e 2016.

A desigualdade de género continua a prejudicar as mulheres e meninas em todo o mundo, sobretudo nos países em desenvolvimento. E na Europa são elas quem mais sofre os impactos da crise. Quais são os exemplos mais gritantes de que teve conhecimento?

Podia dar-lhe vários exemplos. Marcou-me muito o caso de uma jovem de dezasseis anos, em São Tomé e Príncipe, que me disse que não fazia ideia de que poderia ter opinião. Ela tinha sido abrangida pelo projeto de uma ONG que tinha como missão trabalhar no empoderamento das jovens e ficou surpreendida quando lhe disseram que a opinião dela conta. Também me marcou muito o caso de uma adolescente que engravidou do professor e foi obrigada a abandonar a escola.

A CCC tem Bolsas de Estudo para jovens raparigas. Em que consistem e quantas já foram atribuídas?

Começamos por idealizar este projeto para raparigas com bom aproveitamento escolar mas que se encontrem em situação de vulnerabilidade, discriminação, e/ou risco de integração, que coloque em causa a sua manutenção no sistema de ensino formal. Hoje em dia, as bolsas também estão abertas a jovens que podem não ter tão bons resultados mas têm uma vontade imensa de estudar. Porquê? Porque muitas vezes o aproveitamento é condicionado pelo ambiente em que se vive. Em quatro anos, já temos sete bolseiras no ensino secundário e universitário. As bolsas consistem num apoio financeiro e num acompanhamento psicossocial.

Todas Diferentes, Todas Famílias é um guia prático com informação diversa e inclusiva sobre Parentalidade, publicado pela Corações Com Coroa. Que temas trata?

Trata de gravidez, parto, novas famílias, papel dos avós, cuidados de saúde, adoção, escolhas, igualdade, direitos, violência obstétrica, planeamento familiar, infertilidade, leis, Mutilação Genital Feminina, etc.. É distribuído gratuitamente nos centros de saúde, hospitais e a quem o requisitar através da CCC.

Acha que o mediatismo das suas atividades profissionais ajuda a passar as mensagens de promoção dos direitos humanos, da saúde sexual e reprodutiva, da igualdade de meninas, raparigas e mulheres?

Quero acreditar que sim. De resto, penso que foi por isso que fui convidada pelo UNFPA para embaixadora da Boa Vontade.

Quem é Catarina Furtado?

catarina furtadoQuis ser bailarina, mas um traumatismo lombar provocado por uma queda obrigou-a a desistir desse sonho, a que se seguiu o jornalismo. Depois de tirar um curso no CENJOR, integrou a redação do Correio da Manhã Rádio durante um ano, até fazer o casting e ser escolhida para a apresentação do programa de música TOP +, da RTP. Na SIC apresentou vários programas, entre os quais Chuva de Estrelas e Caça ao Tesouro. Movida pela vontade de representar, mudou-se para Londres para estudar na London International School of Acting e no Actor’s Studio, onde ficou dois anos. De volta a Portugal, regressou à televisão e começou a atuar em novelas, transitando depois para o cinema e teatro. Comunicadora multifacetada (é atriz, letrista, colunista e apresentadora de televisão), com a nomeação, em 2000, para embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População tornou-se a primeira mulher portuguesa a ser declarada embaixadora de Boa Vontade junto da ONU. No âmbito dessa missão concebeu e apresentou (na RTP) a série de documentários televisivos Príncipes do Nada (está agora a ser gravada a 4ª temporada).

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