UNICEF - 4 anos de conflito saldam-se por 14 milhões de crianças afectadas na Síria e no Iraque
- Data de publicação 10 março 2015
14 milhões de crianças afectadas pelo conflito na Síria e no Iraque, alerta a UNICEF
A crise na Síria entrou no quinto ano e é urgente mais apoio para os jovens adolescentes
NOVA IORQUE/AMÃ, 12 de Março de 2015 – São cerca de 14 milhões de crianças na região que estão agora a sofrer com a escalada do conflito devastador na Síria e em grande parte do Iraque, afirmou hoje a UNICEF.
No início do quinto ano de conflito na Síria, a situação de mais de 5.6 milhões de crianças no país continua a ser aflitiva. Este número inclui dois milhões de crianças que estão a viver em zonas do país em grande medida privadas de assistência humanitária devido aos combates ou outros factores. Cerca de 2.6 milhões de crianças sírias continuam sem poder ir às aulas.
Perto de dois milhões de crianças sírias estão refugiadas no Líbano, na Turquia, na Jordânia e noutros países. Este número vem juntar-se aos 3.6 milhões de crianças de comunidades vulneráveis que acolhem refugiados, as quais estão a sofrer as consequências da enorme pressão sobre os serviços de educação e saúde.
Entretanto, a crise cada vez mais interligada que está a atingir seriamente o Iraque já levou mais de 2.8 milhões de crianças a abandonarem as suas casas e deixou muitas encurraladas em zonas controladas por grupos armados.
“Para as mais novas dessas crianças, esta crise é a única realidade que conhecem. E para os adolescentes que estão a entrar no seu período de formação, a violência e o sofrimento por que passaram não só deixaram cicatrizes como estão a moldar o seu futuro,” declarou o Director Executivo da UNICEF, Anthony Lake. “Com a crise a entrar no quinto ano consecutivo, esta geração de jovens continua em perigo de se perder num ciclo de violência – de replicar na geração seguinte o que sofreu.”
Apesar das convulsões causadas pelo conflito, as crianças e os jovens continuam a demonstrar coragem e determinação incríveis. Numa série de novos relatos dados a conhecer numa página web especial, childrenofsyria.info, a UNICEF lembra histórias como a de Alaa, de 16 anos, que fugiu da casa onde morava em Homs, cidade devastada pela guerra, e está hoje a prosseguir os seus estudos ao mesmo tempo que ajuda outras crianças que frequentam cursos de formação, e a de Christina, de dez anos, que vive num abrigo no Norte do Iraque e ajuda crianças mais novas que ela a estudarem.
“Apesar dos danos que já sofreram, das injustiças que suportaram, e da aparente incapacidade dos adultos para porem fim a este horrível conflito, estas crianças ainda têm coragem e determinação para construir uma vida melhor,” afirmou Lake. “Vendo a determinação destas crianças, como podemos nós estar menos determinados a ajudá-las? Sabendo que elas não perderam a esperança, como podemos nós perdê-la?”
A UNICEF está a apelar para que sejam urgentemente realizados investimentos a longo prazo a fim de responder às necessidades das crianças e adolescentes, de modo a que passem a dispor das competências e da motivação que lhes permitam construir um futuro mais estável para si próprios. Esses investimentos, segundo a UNICEF, deveriam incluir:
Oportunidades de recuperação escolar, formação vocacional, e actividades recreativas para adolescentes. Com cerca de cinco milhões de sírios com idades entre os 12 e os 18 anos, os jovens precisam de um apoio que lhes proporcione competências e meios de sustento.
Oportunidades de aprendizagem formal e informal para crianças afectadas pelo conflito, e sistemas de certificação que ajudem a manter o estatuto académico dos alunos.
Serviços para crianças vulneráveis, incluindo as que sobreviveram à violência, que proporcionem apoio psicossocial e assistência.
O reforço dos sistemas de educação e de saúde, bem como apoio ao sustento, nas comunidades de acolhimento, para que todas as crianças de algum modo afectadas pelo conflito sejam apoiadas.
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