11 de Outubro - Dia Internacional da Rapariga

Jovens e Mulheres – Os seus Direitos na Agenda de Desenvolvimento Pós-2015

A P&D Factor, o Conselho Nacional da Juventude e a Corações com Coroa, com o Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento assinalam o Dia Internacional da Rapariga, instituído em 2011 pela Resolução 66/170 da Assembleia Geral das Nações Unidas, com uma tertúlia sobre os Direitos das mulheres e das jovens raparigas na Agenda de Desenvolvimento Pós-2015. Embora globalmente se registem avanços significativos no acesso à educação, aos cuidados e serviços de saúde e na participação das raparigas no mundo associativo, as disparidades continuam a ser evidentes e resultantes de barreiras socioculturais e suas determinantes ao nível político e económico.

A Associação P&D Factor e a Universidade de Coimbra assinalam a 7 de Outubro de 2022,
o Dia Internacional das Meninas e Raparigas,
com a Conferência “O papel da Academia na Saúde, Educação Sexual Compreensiva e Direitos Humanos”.

O Direito à Educação é um imperativo de cidadania que não se esgota na escola. A educação e a manutenção no sistema de ensino e a aprendizagem ao longo da vida permitem às meninas, raparigas e mulheres não só aprender mas também melhorar as suas competências de prevenção e escolha em matéria de saúde, incluindo a saúde sexual e reprodutiva, identificar pessoas e processos de ajuda face à violência intrafamiliar ou de grupo de pertença, experienciar a participação cívica e política através das organizações de estudantes e jovens.

O maior número de raparigas nas universidades, de mulheres investigadoras e doutoradas, de mulheres que são altos quadros em organizações internacionais, a maior participação no mercado de trabalho formal, a redução das taxas de mortalidade materna e infantil, os quadros legislativos e de referência de direitos humanos pela não-violência e não discriminação e os programas especificamente dirigidos a jovens e a mulheres não são ainda suficientes para:

Com base na abordagem das Desigualdades e da apropriação dos direitos humanos é necessário lembrar que a próxima Agenda de Desenvolvimento de âmbito nacional e internacional não pode esquecer as jovens raparigas e as mulheres. Dado que a educação das raparigas e mulheres tem um efeito multiplicador, é necessário garantir o investimento no acesso das raparigas e mulheres à educação e na manutenção destas nos diferentes níveis do sistema de ensino e a sua consequência lógica e inteligente: a plena participação para a construção de um país e um mundo mais justo com oportunidades para todas as pessoas.

Constituindo a participação e visibilidade política das mulheres um caminho essencial para a transformação das relações de género:

Para uma efectiva igualdade de género, é necessário que em todas as matérias, da Saúde, à Educação, à Segurança, passando pela Justiça, Economia, Negócios Estrangeiros e Cooperação, Representação, que envolvem sobretudo homens adultos e jovens, as mulheres estejam presentes e envolvidas em todo o processo. O mesmo se requer para a igualdade de género que, além das mulheres, deve envolver também homens jovens e adultos, promovendo uma mentalidade baseada em direitos humanos e envolvendo todos e todas numa parceria de mudança positiva, onde a violência e a discriminação de género sejam reduzidas e a igualdade seja alcançada.

A Eliminação da Violência de Género deve ser explicitamente referida na Agenda Pós-2015, o que exige, nomeadamente, uma maior actuação preventiva e legal para a redução das práticas nefastas à igualdade de género, que afectam Mulheres de todas as idades e contextos socioculturais – a Mutilação Genital Feminina e os Casamentos Forçados, Arranjados e Precoces. O acesso universal ao planeamento familiar e à educação sexual e reprodutiva como um meio de travar a morte e a morbilidade por razões associadas à gravidez e parto e para prevenir as infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o VIH. É da responsabilidade dos Estados, governos, parlamentos, instituições públicas e sociedade civil proteger, garantir e defender os direitos humanos e na sua boa consecução universal.

As plataformas de intenções, os quadros legislativos e as declarações existem; precisamos, contudo, de uma acção concertada, coerente e efectiva para enfrentar a desigualdade e discriminação de género e idade, que assegure o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e direitos fundamentais, dê prioridade à educação, ao empoderamento e à participação económica e social das mulheres de todas as idades, em especial das mais jovens.

P&D Factor, Conselho Nacional da Juventude e Corações Com Coroa com o Grupo Parlamentar sobre População e Desenvolvimento
Restaurante Martinho da Arcada, Lisboa, 11 de Outubro de 2013