Saúde Sexual e Reprodutiva em debate na ESEL
- Data de publicação 11 outubro 2017
A Escola Superior de Enfermagem de Lisboa vai ser palco do I Congresso Internacional em Saúde Sexual e Reprodutiva, nos dias 12, 13 e 14 de Outubro. Neste encontro vão estar vários especialistas desta área para debater temas atuais, e muitas vezes fraturantes, relacionados com a saúde sexual e reprodutiva no mundo contemporâneo. Madalena Oliveira, da comissão organizadora, explica a importância deste evento em Portugal, onde muito se conquistou, mas ainda há tanto por fazer.
Entrevista: Carla Amaro
O que representa este evento num país como Portugal? Qual é a sua importância real?
Representa um importante contributo para visibilizar a saúde sexual e reprodutiva como uma área abrangente e transdisciplinar, com impacto na vida de mulheres e homens ao longo de todo o ciclo vital.
Que opinião tem do estado da saúde sexual e reprodutiva em Portugal? Que conquistas foram alcançadas e o que falta fazer?
Têm sido feitas muitas conquistas nesta área, nas últimas décadas, em Portugal. A consagração de direitos sexuais e reprodutivos; o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e a melhoria dos cuidados e da formação especializada, que têm contribuído para o alcance de excelentes indicadores de saúde materno-infantil; a possibilidade e o acesso a práticas contracetivas e concetivas, cada vez mais modernas e seguras (dissociando sexualidade e reprodução); as políticas de Igualdade de Género e o combate à violência e aos estereótipos.
“Falta apostar na literacia em saúde, nomeadamente investindo na Educação para a Sexualidade, de forma mais generalizada.”
Mas ainda é longo o caminho a percorrer...
É, sem dúvida. Falta a concretização, "no terreno", das políticas de Igualdade e a não Discriminação, que permitam às mulheres direitos iguais no trabalho e aos homens o direito a aceder a uma paternidade cuidadora. Faltam políticas de conciliação do trabalho com a família, que permitam aos casais que o desejem, terem mais filhos. Falta apostar na literacia em saúde, nomeadamente investindo na Educação para a Sexualidade, de forma mais generalizada. Falta, ainda, apostar na inclusão da diversidade, com cuidados de saúde culturalmente competentes; combater a homofobia e a transfobia, contribuindo para um mundo mais justo para todos/as. Falta, também, tornar o nascimento um evento gratificante para todas as mulheres e homens, com benefícios para toda a família e sociedade.
Neste Congresso será discutido um tema por dia, desde os movimentos migratórios à violência no namoro, passando pela bem-estar no nascimento. Até que ponto constituem desafios para o tema em debate neste encontro?
O tema em debate é a diversidade no mundo contemporâneo. A finalidade deste I Encontro foi, justamente, a de promover a reflexão e o debate em torno de questões atuais e muito pertinentes (por vezes fraturantes), procurando abordar com diversidade a diversidade.
Quem são e de onde provêm os especialistas presentes/participantes?
Da ESEL (Escola Superior de Enfermagem de Lisboa) e de entidades parceiras da ESEL, tais como instituições de saúde, universidades portuguesas e estrangeiras (no âmbito do Programa Erasmus +), centros de investigação, entre outros. São estudantes de enfermagem, de medicina, enfermeiros especialistas, professores e investigadores de áreas diversas, representantes de ONG, jornalistas, músicos, atores e elementos da sociedade civil.
A quem se dirige este evento? A entrada é livre ao público em geral?
Este evento é dirigido a todos/as os que queiram participar, independentemente da sua profissão ou estatuto, homens, mulheres, adolescentes, estudantes e profissionais de áreas diversas. Pensámos num preço simbólico, que não fosse impeditivo da participação de todos/as os interessados.
Veja o programa do I Congresso sobre saúde sexual e reprodutiva aqui:
Dia 12 - http://saudematerna.esel.pt/12-out/
Dia 13 - http://saudematerna.esel.pt/13-out/
Dia 14 - http://saudematerna.esel.pt/14-out/
Para download do programa clicar aqui.