O que São Infeções Sexualmente Transmissíveis
O termo Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST), antes conhecidas por Doenças Sexualmente Transmissíveis ou Doenças Venéreas, abrange patologias de transmissão predominantemente sexual, com a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir a IST, mesmo sem sinais ou sintomas.
As Infeções Sexualmente Transmissíveis, incluindo o VIH, transmitem-se através de sexo não seguro. Sexo inseguro é qualquer tipo de prática sexual que coloca uma pessoa e/ou parceiros/as sexuais em risco de contrair uma IST ou uma gravidez inesperada.
As IST existem em todo o mundo e cerca de metade ocorrem em pessoas com idades entre os 15 e os 24 anos.
Quais são as IST mais comuns?
- Clamídia
- Gonorreia
- Hepatite B
- Herpes genital
- Papiloma Vírus Humano (HPV)/Verrugas genitais
- Pediculose púbica / chatos
- Sífilis
- Tricomoníase
- VIH
Como Prevenir uma IST
Evite o risco: Use um preservativo de látex sempre que tiver qualquer tipo de sexo, converse com o /a parceiro/a, faça teste de IST.
A falta de informação por estigma ou vergonha de ter uma IST, incluindo o VIH, pode significar maior risco de disseminar a infeção.
Antes de ter relações sexuais, faça as seguintes perguntas:
- Tenho uma IST?
- Estou atualmente a ser tratado/a para IST?
- Quando é que fiz o último teste a IST?
- Faço sempre sexo seguro?
LEMBRE-SE: Estas perguntas ajudam a proteger-se e a proteger a pessoa de quem gosta e/ou com que se relaciona.
Faça prevenção. Saiba mais sobre IST. Quanto mais souber, melhor poderá proteger-se a si e à pessoa com quem está. A pessoa sob a influência de álcool e/ou drogas pode envolver-se em atividades sexuais sem ter precauções de segurança, ou seja, sem ter sexo seguro.
Quanto Tempo, Após o "Contágio" Aparecem os Sintomas da Infecção?
A rapidez com que os sintomas aparecem depende do tipo de IST.
Temos de ter em atenção que cada IST, pode ter um “período de janela” diferente. Período de janela - tempo entre o contágio e surgimento de sintomas e/ou resultado positivo em análise ao sangue).
Após relações sexuais desprotegidas, pode demorar até 7 semanas para ser possível a identificação num teste. Se tem dúvidas sobre o risco de IST e na ausência de sintomas consulte um/a profissional de saúde.
Que perguntas fazer ao médico/a?
Se é sexualmente ativo ou teve uma IST, pergunte:
- Como posso prevenir as IST?
- A IST vai ter alguma complicação ou problema no futuro?
- Devo ser examinado/a regularmente para IST?
- Os/as parceiros/as devem ser observados/as?
- Que tipo de tratamento necessito?
- Quando é que a IST vai desaparecer?
- Existem efeitos secundários do tratamento?
Como Saber se tem uma IST?
A única forma é consultar um/a profissional de saúde para observação e realizar teste ou análises de diagnóstico. Após um diagnóstico positivo de IST deve informar os/as parceiros/as sexuais para também fazerem o teste. Dar esta informação pode ajudar a obter os cuidados necessários, evitar a propagação da infeção a outras pessoas e travar o avanço da infeção naquela pessoa.
E se tiver sintomas de IST. O que fazer?
Um diagnóstico de IST, incluindo o VIH, pode resultar num turbilhão de emoções e sentimentos. Pode querer evitar contar ao/à seu/sua parceiro/a sexual por sentimentos de vergonha ou medo de rejeição. Uma comunicação aberta e honesta ajuda a construir confiança e compreensão. Falar sobre a situação com a pessoa com quem está antes de qualquer envolvimento sexual ou íntimo é essencial para reduzir o risco de disseminação, agravamento da infeção ou reinfeção.
Dirija-se a um centro de saúde ou fale com o seu/sua médico assistente se:
- Pensa que pode ter contraído uma IST.
- Um/a parceiro/a sexual tem sintomas de uma IST.
- Teve relações sexuais sem preservativo.
- Está grávida e tem sintomas de uma IST.
LEMBRE-SE: Não tenha relações sexuais, incluindo sexo oral ou contactos íntimos sem preservativo, até ter uma consulta médica ou/e ter sido testado/a para IST.
Em caso de novos/as parceiros/as sexuais, e existência de relações sexuais sem preservativo, pode estar em risco de contrair uma IST, incluindo o VIH.
Quais as Causas e Como se Transmitem as IST
Muitas IST não apresentam sintomas, mesmo durante anos. Isto significa que pode ter uma IST e infetar o/a seu/sua parceiro/a durante as relações sexuais e intimidade. As IST podem manifestar-se por feridas, corrimentos ou verrugas, principalmente na vagina, vulva, pénis e/ou ânus, mas nem todas têm sintomas.
Feridas - Aparecem nos órgãos genitais e/ou noutras partes do corpo, com ou sem dor. Podem ser resultado de sífilis, herpes genital ou outras IST.
Corrimentos - Esbranquiçados, esverdeados ou amarelados, dependendo da IST. Cheiro forte e/ou causar comichão e ardor. Dor ao urinar ou durante a relação sexual. Resultado de gonorreia, clamídia ou tricomoníase.
Verrugas - São causadas pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e podem aparecer em forma de “couve-flor”, quando a infeção está avançada. Geralmente, não doem, mas pode acontecer irritação, ardor ou comichão. Nas mulheres só é identificado, por profissional de saúde, em exame ginecológico.
O HPV é uma IST viral muito comum. A pessoa com HPV pode não ter sintomas, ou pode desenvolver verrugas ou inchaços ao redor dos genitais.
O HPV quando não tratado é de alto risco e pode causar cancro do colo do útero.
Existe vacina para prevenir o HPV e as verrugas genitais. É aconselhada a vacinação as crianças entre os 11 e os 12 anos porque é mais eficaz antes do início da vida sexual/intimidade, mas pode ser recomendada até os 26 anos; as informações mais recentes referem benefício em pessoas até aos 45 anos.
As Infeções Sexualmente Transmissíveis são causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários ou outros micro-organismos, que se encontram nos fluídos corporais, como sangue, esperma e secreções vaginais.
Transmitem-se:
- por contato sexual (oral, vaginal, anal), com uma pessoa infetada, sem o uso de preservativo,
- da mãe para a criança durante a gravidez, o parto ou a amamentação,
- por contacto não sexual (sem penetração) através de mucosas ou pele em contacto com secreções corporais de pessoa infetada,
- se partilhar objetos pessoais, como por exemplo, agulhas durante o uso de drogas intravenosas (uso de substâncias psicoativas), lâminas de barbear, toalhas, entre outros.
- quando se fazem Tatuagens e/ou Piercings sem o uso de materiais descartáveis ou esterilizados.
Quais os sintomas mais comuns das IST?
- um corrimento invulgar da vagina, vulva, pénis ou ânus
- dor ou ardor ao urinar.
- nódulos ou alterações da pele à volta dos genitais ou ânus.
- uma erupção cutânea.
- hemorragia vaginal invulgar.
- comichão nos genitais e/ou ânus.
- bolhas, feridas ou verrugas à volta dos seus genitais e/ou ânus.
- verrugas na boca ou garganta (muito raro).
O Tratamento de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST)
Todas as IST precisam de tratamento e frequentemente são tratadas com antibióticos específicos e para ambos os/as parceiros/as. O tratamento pode incluir a toma e/ou aplicação medicamentos como:
- Antibióticos
- Antivirais
Pode tomar estes medicamentos por via oral, ou por via injetável. Termine sempre o tratamento prescrito, pois se for interrompido pode não funcionar corretamente. Não tenha relações sexuais (incluindo sexo oral) ou outros contactos íntimos até ao fim do tratamento. O tratamento pretende:
- Curar a maioria das IST.
- Diminuir os sintomas.
- Reduzir a probabilidade de disseminação da infeção.
- Ajudar a ficar e manter-se saudável.
Quanto tempo após o tratamento vai sentir-se melhor?
Após o início da toma de antibióticos ou antivirais para tratar uma IST deve começar a sentir-se melhor dentro de alguns dias. Deve completar todo o medicamento conforme indicado, mesmo que se sinta melhor. Nunca partilhe medicamentos com outras pessoas e não tome a medicação de outra pessoa para tratar os seus sintomas.
A maioria das IST desaparece após o tratamento. Algumas podem necessitar tratamento ao longo da vida com medicamentos (VIH).
LEMBRE-SE: Uma pessoa pode desenvolver a mesma IST após tratamento, desde que exista um contacto sexual com uma pessoa infetada.
O que é a Terapia de Parceria Acelerada?
Quando uma pessoa é diagnosticada, por exemplo, com Gonorreia ou Clamídia e o médico/a prescreve tratamento para o/a parceiro/a sem o examinar. Regra geral existe uma observação antes da prescrição médica, mas uma vez que a pessoa tem uma IST, então o/a parceiro/a provavelmente também tem. Isso evita a reinfeção e interrompe a transmissão o mais rápido possível.
Quais são as complicações das IST?
Se não forem tratadas todas as IST podem causar complicações ao longo da vida e incluem:
- a Sífilis pode danificar seus órgãos, sistema nervoso e infetar o feto durante a gravidez;
- risco de propagação de IST aos/às seus/suas parceiros/as sexuais;
- doença inflamatória pélvica (DIP), que pode danificar o útero e causar infertilidade;
- gravidez ectópica;
- infertilidade (masculina e feminina);
- dor pélvica crónica;
- infeções na uretra e próstata;
- testículos inchados e doloridos;
- a infeção por VIH pode levar à SIDA.
E se tiver uma IST e estiver grávida?
Se está grávida e tem uma IST, fale com o/a seu/sua médico/a imediatamente, para fazer tratamento.
O que é o Vírus da Imunodeficiência Adquirida?
O VIH é o vírus da imunodeficiência humana que ataca e destrói o sistema imunitário do organismo, sistema que nos protege de doenças. Existem dois tipos de VIH:
- VIH-1 – mais frequente a nível mundial.
- VIH-2 – mais frequente em alguns países da Africa Ocidental.
O que é a SIDA?
Estar infetado/a com o vírus VIH não é o mesmo que ter SIDA.
SIDA significa Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. É um conjunto de sinais e de sintomas que surgem porque o sistema de proteção do organismo fica com menor capacidade de resposta a infeções quando a doença começa a evoluir. Pode surgir após a infeção por VIH. As pessoas que estão infetadas com VIH são seropositivas, e podem ou não desenvolver SIDA.
Quais são os sintomas?
A pessoa portadora do VIH, inicialmente não apresenta sintomas específicos. Podem surgir sintomas parecidos com os da gripe, como por exemplo: febre, cansaço, dor de cabeça, inflamação de gânglios (virilhas e pescoço), mais tarde pode surgir uma perda rápida de peso, infeções, diarreias, lesões na boca, genitais e/ou ânus.
Quais as Vias de Transmissão do VIH
- VIA SEXUAL - Práticas sexuais desprotegidas (sem preservativo) com pessoas infetadas por VIH. As práticas sexuais com uma pessoa com VIH acarretam risco de transmissão, no entanto:
- Sexo oral desprotegido pode transmitir VIH, apesar do risco ser mais pequeno comparativamente à prática de sexo anal ou vaginal.
- Existência de vários parceiros ou de outras IST pode aumentar o risco de infeção do VIH.
- SANGUE - Partilha de agulhas e seringas (bem como todo o material envolvido na preparação da injeção), lâminas de barbear, escovas de dentes.
- MÃE PARA FILHO/A: o VIH pode ser transmitido durante a gravidez, parto ou através do leite materno.
LEMBRE-SE: O VIH não se transmite através de: tosse ou espirros; suor ou saliva; picada de insetos; uso de casas de banho; roupa, aperto de mão, abraços e beijos; partilha de pratos, talheres ou copos; conversa ou contactos sociais.
Como Prevenir a Infeção pelo VIH?
Quando utilizados corretamente e de forma consistente, o preservativo masculino e feminino, são muito eficazes na prevenção da transmissão do VIH.
Recomenda-se a utilização de gel lubrificante à base de água durante a prática de sexo anal, para evitar lesões na mucosa anal, que podem aumentar o risco de transmissão do vírus e de outras ITS.
UMA GRÁVIDA COM VIH (SEROPOSITIVA) PODE EVITAR TRANSMITIR O VÍRUS AO BEBÉ?
A transmissão pode ser evitada se durante a gravidez caso seja feita terapêutica adequada e não existir amamentação após o parto.
Com o tratamento adequado, o risco de transmissão do HIV da mãe para o bebê pode ser reduzido para menos de 1%.
A profilaxia pós-exposição (PEP) pode ser utilizada em situações de exposição recente ao HIV.
Profilaxias Pré-exposição e Pós-exposição
PrEP significa profilaxia pré-exposição a um microrganismo. O termo “Profilaxia” significa prevenção de infeção. Pré exposição é quando a prevenção (toma de comprimidos) acontece antes de existir um comportamento de risco. Regra geral é utilizada por pessoas que não estão infetadas com o VIH. A PrEP só protege face ao VIH, e não a outras IST. A toma destes medicamentos pode ter efeitos secundários como náuseas, cansaço, sintomas gastro-intestinais e dor de cabeça, podendo existir efeitos na função renal e densidade óssea.
LEMBRE-SE: A utilização correta do preservativo feminino ou masculino em todas as práticas sexuais continua a ser o modo mais eficaz de prevenir o VIH, por isso deve ser sempre utilizado.
A profilaxia pós-exposição (PPE)
PPE, profilaxia pós-exposição (PEP do inglês Post-Exposure Prophylaxis) e é um tratamento preventivo usado após a exposição potencial ao vírus HIV para reduzir o risco de infecção.
Este tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível após a exposição (de 2 horas a 72 horas ) e consiste na administração de medicamentos antirretrovirais por um período de 28 dias.
A quem se dirige?
A PPE/PEP é indicada para pessoas que tiveram uma possível exposição ao VIH, como em casos de relações sexuais desprotegidas, partilha de seringas ou acidentes com objetos cortantes em ambientes de saúde. A eficácia depende da rapidez com que o tratamento é iniciado e da adesão ao regime de tratamento.
LEMBRE-SE: A PEP/PPE não substitui a utilização do preservativo ou a profilaxia pré-exposição (PrEP) mas é uma medida importante para situações de risco.
Tratamento e Prevenção
Antibióticos: muitas IST bacterianas (como sífilis, clamídia e gonorreia) podem ser tratadas com antibióticos seguros durante a gravidez.
Antirretrovirais: para grávidas VIH positivas, a terapia antirretroviral (TAR) é crucial para reduzir a carga viral e minimizar o risco de transmissão vertical.
Tratamentos Antivirais: IST virais (como herpes genital) para reduzir os sintomas e a transmissão podem ser utilizados medicamentos antivirais.
PREVENÇÃO
Uso de Preservativo: A utilização consistente e correta de preservativo reduz significativamente o risco de transmissão de IST.
Cuidado Pré-natal: Participar de todas as consultas e cuidados pré-natal ajuda a detetar e tratar as IST mais precocemente.
Educação e informação: ter informação sobre as formas de prevenção de IST, a importância do teste e tratamento precoce é fundamental.
Sífilis e Gravidez: quando não tratada pode causar aborto espontâneo, nascituro morto ou morte neonatal. O tratamento com penicilina durante a gravidez é altamente eficaz.
Hepatite B: A vacinação neonatal e a administração de imunoglobulina contra hepatite B podem prevenir a infeção em bebés nascidos de mães portadoras do vírus.
LEMBRE-SE:
A deteção e o tratamento precoce de IST durante a gravidez são essenciais para proteger a saúde da mãe e do bebé. As grávidas devem seguir rigorosamente os cuidados de saúde, realizar todos os exames recomendados e seguir as orientações médicas para prevenir e tratar IST.
Onde Procurar Ajuda
- Nos Centros de Saúde, junto de profissionais de Saúde Sexual e Reprodutiva
- Nas Consultas e aconselhamento da VERDEFAM
- Nos Hospitais e Clinicas privadas
MAIS INFORMAÇÕES EM:
- https://popdesenvolvimento.org
- https://www.afro.who.int/
- https://minsaude.gov.cv
- https://www.unfpa.org
ACLCVBG- Ass. Caboverdiana de Luta Contra a Violência Baseada no Género
Rua Cidade de Funchal, Nº 2, 4º andar Dto - Achada
Santo António, Praia
Contactos: Tel. (+238) 3561609
Email: assvbg15 at gmail dot com
P&D Factor - Ass. para a Cooperação sobre População e Desenvolvimento
Site: https://popdesenvolvimento.org/
https://www.instagram.com/pdfactor/
Email: info at popdesenvolvimento dot org
FEM - Feministas em Movimento, Associação
Site: https://fem.org.pt/
Email: fem at fem dot org dot pt