Dia Internacional das Meninas e Raparigas 2025: Direitos, Voz e Igualdade em Foco

Dia Internacional das Meninas e Raparigas 2025
Destaque

Apesar dos avanços alcançados em matéria de desenvolvimento, proteção, educação e saúde as meninas, as raparigas e as jovens mulheres continuam a ser as mais afetadas pelas crises e conflitos e os seus direitos humanos negligenciados, incluindo os direitos sexuais e reprodutivos.

Desde 2012 que as Nações Unidas assinalam o 11 de outubro como dia Internacional das Meninas e Raparigas, como parte do reforço global e compromisso com as atuais e futuras gerações, em 2025 o lema remete-nos para as mudanças que precisamos assumir com meninas e raparigas pelo futuro da humanidade: “A rapariga que sou, a mudança que lidero – Raparigas na linha da frente na resposta às crises.”

A mortalidade materna aumenta nas zonas em crise e conflito, mais meninas são retiradas das escolas e sujeitas a diferentes formas de violência incluindo “moeda de troca”, violações, escravas sexuais, escudos de guerra, ….

Com menos possibilidades e ferramentas para moldarem o seu futuro, agrava-se a vulnerabilidade e aumentam os limites à realização do seu potencial.

Em Portugal as meninas e raparigas têm melhores resultados escolares e académicos mas a discriminação quanto à liderança, ganhos e imposição de escolhas entre a vida pessoal, familiar e profissional mantém-se. Que país estamos a construir? A violência doméstica e a baseada no género corroem os esforços de igualdade, do estado de direito e da democracia que queremos para as atuais e futuras gerações.

Alguns FACTOS E NÚMEROS reconhecidos pelas Nações Unidas:

  • Mais de 500 mulheres e raparigas, em contextos de crise morrem todos os dias de complicações evitáveis relacionadas com a gravidez e o parto. (ONU Mulheres, 2025)
  • 37 países afetados por violência e fragilidade representaram 61% de todas as mortes maternas em 2023. (UNFPA, 2025)
  • 122 milhões de raparigas, em 2023, em todo o mundo estavam fora da escola. (UNICEF, ONU Mulheres e Plan International, 2025)
  • Uma em cada cinco raparigas, globalmente, casa ou entra numa união informal antes dos 18 anos. (UNFPA, 2025)
  • Os 10 países com maiores taxas de casamento infantil são frágeis ou extremamente frágeis. (Girls Not Brides, 2025)
  • A prevalência do casamento infantil aumenta durante as crises. (Girls Not Brides, 2025)
  • Apesar do risco aumentado de casamento infantil em crises, apenas 0,12% de todo o financiamento humanitário entre 2016 e 2018 foi destinado a combater este e outros tipos de violência baseada no género. (Girls Not Brides, 2025)
  • As raparigas em zonas de conflito têm 2,5 vezes mais probabilidade do que os rapazes de estar fora da escola e quase 90% mais probabilidade de não frequentar o ensino secundário do que as raparigas em contextos estáveis. (ONU Mulheres, 2025)
  • Cerca de 47% de jovens entre os 18 e os 29 anos vivem em países com níveis extremos ou elevados de conflito violento. (PNUD, 2024)
  • A crise climática agrava as desigualdades de género e representa ameaças únicas aos meios de subsistência, à saúde, à segurança e à integridade física das mulheres e raparigas. (UNFPA, 2023; Mulheres, Paz e Segurança, Relatório do Secretário-Geral)

Diferentes crises, conflitos e desastres comprometem a saúde, os direitos, o presente e o futuro das raparigas:

  • ameaçam a sua autonomia corporal;
  • interrompem o acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva;
  • diminuem a proteção social e ficam mais expostas a práticas como o casamento infantil, a mutilação genital e a violência sexual;
  • diminuem as oportunidades de educação, participação e de emprego digno;

No entanto em vários contextos as raparigas estão a ser agentes e líderes das mudanças:

  • mobilizam os seus pares e comunidades para construir a paz e recuperar das crises, atuando por um futuro de segurança e dignidade;
  • usam a força das suas próprias experiências – incluindo a discriminação de género e a violência – para exigir o fim de práticas nocivas como o casamento infantil e a mutilação genital feminina;
  • mostram solidariedade com grupos e pessoas mais marginalizadas, apelando à proteção de quem fica para trás por razões de género, deficiência, origem ou outras identidades.

É crucial investir no conhecimento e nas competências de meninas e raparigas porque conduz a um presente mais justo e a um futuro mais promissor, para isso precisamos de:

  • espaços seguros, apoio psicossocial e programas centrados na autonomia e no empoderamento das raparigas, não apenas para as proteger, mas também para fortalecer a sua esperança e confiança na construção da vida que desejam;
  • educação sexual abrangente/compreensiva, adaptada à idade e baseada em evidências, dirigida a também a contextos humanitários e fora da escola, para desenvolver competências, conhecimento e apoiar meninas e raparigas a fazer uma transição segura para a idade adulta;
  • investir em organizações lideradas por jovens pode reforçar a capacidade das adolescentes de defenderem os seus direitos e serem agentes de mudança ativa nas suas comunidades, em prol de um mundo mais justo, pacífico e equitativo.

A P&D Factor associa-se ao UNFPA e à mensagem da sua Directora Executiva, Diene Keita

Neste Dia Internacional da Rapariga, comprometamo-nos a promover a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos das raparigas adolescentes, em toda a sua bela diversidade, onde quer que vivam. Comprometamo-nos a trabalhar com e para as raparigas, para que alcancem todo o seu potencial e construam um futuro luminoso para si próprias e para as suas comunidades. Elas merecem nada menos do que isso.”

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