Fístula
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“Tratar da fistula obstétrica é mais do que uma questão de saúde; é um imperativo de direitos humanos. Esta condição é uma das mais devastantes consequências (…) da desigualdade no seu pior. Ainda que a fístula seja praticamente inexistente em países industrializados, continua a afligir as mulheres e raparigas empobrecidas em vários países em desenvolvimento. Se deixada sem tratamento, a fistula pode contribuir para o isolamento social e a depressão e levar a problemas médicos crónicos, até a perda da criança.”
Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas
A fístula é uma situação médica grave em que uma abertura é desenvolvida entre o recto e a vagina ou entre a bexiga e a vagina na sequência de um parto prolongado com cuidados médicos e/ou equipamentos inadequados. Esta condição, facilmente prevenida e tratada em muitos países, continua a prevalecer em muitos países em desenvolvimento por motivos vários, que vão desde a falta de investimento na saúde materna até à falta de sistemas de saúde que respondam às necessidades das populações, passando pela ausência de compromisso e vontade política em localidades, países ou regiões pautadas por desigualdades de género e acesso aos cuidados e serviços de saúde enraizadas e estruturais.
Quando fica sem tratamento, a fístula tende a levar mulheres a um isolamento social e um esgotamento emocional e físico, resultando a maioria das vezes a um empobrecimento rápido. A dor e isolamento ligadas à fístula prendem-se em parte com a humilhação e vergonha sentidas pelas mulheres que dela sofrem: não conseguindo manter-se limpas ou libertar-se do odor, as mulheres vêem-se numa situação de impotência esmagadora. O estigma ligado à fístula (que em muitas situações é vista como algo mágico e não como problema de saúde) deixa várias mulheres num estado de invisibilidade e incapacidade física debilitante, sendo ainda hoje difícil de saber ao certo quantas são as mulheres a sofrer desta condição.
A fístula obstétrica é passível não só de ser evitada/prevenida com cuidados médicos obstétricos de qualidade, mas de ser tratada através de uma cirurgia relativamente simples, o que torna o sofrimento das centenas de milhares de mulheres que padecem desta condição ainda menos aceitável. Eliminar a fístula obstétrica é uma questão de direitos humanos, e é urgente garantir a estas mulheres uma vida digna e segura, livre de qualquer tipo de discriminação e estigma.
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A doença que atira as mulheres para o isolamento
Além do risco de morte durante e pós parto, mulheres e adolescentes de países em desenvolvimento, sofrem de problemas de fístula obstétrica, uma lesão grave entre a bexiga e a vagina ou entre o reto e a vagina, provocada por um parto demorado, obstruído e sem assistência médica e que afeta, segundo as previsões da Organização Mundial de Saúde, dois milhões de mulheres só em África e Ásia. Os números globais ainda estão por apurar.